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135 resultados encontrados com uma busca vazia

  • Netflix domina as indicações para o Globo de Ouro

    "História de um Casamento" e "O Irlandês" são as grandes apostas da Netflix para a premiação Depois de anunciada a lista de indicados ao Globo de Ouro 2020, já conseguimos constatar algumas coisas. A primeira foi muito bem levantada por Alma Har'el (diretora do filme Honey Boy, um dos grandes destaques do Festival de Sundance 2019). Har'el comentou sobre a ausência feminina nas maiores categorias do Festival e ressaltou grandes obras dirigidas por mulheres nos últimos tempos. Veja, a seguir, o seu tweet no original. Outra constatação foi a forte presença da Netflix em diversas das categorias, demonstrando o resultado positivo dos investimentos pesados que a empresa fez nos últimos anos, principalmente atraindo grandes nomes como Martin Scorsese e Noah Baumbach. Os destaques da Netflix O novo queridinho do Globo de Ouro parece ser "História de um Casamento" (Marriage Story, 2019), novo filme do cineasta Noah Baumbach que coleciona seis indicações. Acompanhando a dura jornada do fim de um relacionamento, o filme aposta em um roteiro sólido e atuações memoráveis. Talvez um dos filmes mais aguardados do ano, "O Irlandês" (The Irishman, 2019) teve 5 indicações para o Globo de Ouro, empatando com outro super lançamento: "Era Uma Vez em... Hollywood" (Once Upon a Time in... Hollywood, 2019), do diretor e roteirista Quentin Tarantino. No campo televisivo Netflix continou fazendo bonito. As séries The Crown e "Inacreditável" (Unbelievable) somam 4 indicações cada, alcançando a mesma marca conquistada por Chernobyl (HBO), uma das grandes surpresas de 2019. O streaming conquistou o seu espaço Muito além dos destaques apontados, outras plataformas de streaming conquistaram indicações e mostraram que o jogo vem mudando. The Marvelous Mrs. Maisel e Catch-22 trouxeram, respectivamente, a Amazon Prime e Hulu para a competição. A recém-lançada plataforma Apple TV Plus já conquistou 3 indicações para o seu carro-chefe The Morning Show, que apostou em grande elenco que reúne, entre outros, Jennifer Aniston, Reese Witherspoon e Steve Carell. Além disso, tem muito chão pela frente. Outras plataformas de streaming já se preparam para premiações futuras: Disney Plus, que teve um estrondoso lançamento, HBO Max e a nova Peacock, uma parceria entre Comcast e WarnerMedia. Para 2021 é possível que exista ainda mais diversidade de conteúdos originais de plataformas de streaming, mostrando que o alto investimento vem trazendo bons frutos. #GlobodeOuro #streaming #Netflix #indicados #Hulu #AmazonPrime

  • James Dean será "revivido" digitalmente para estrelar em novo filme

    A volta póstuma do ator icônico, que morreu em um acidente de carro em 1955, levanta debate sobre a ética da reconstrução em CGI James Dean, ícone do cinema norte-americano, teve uma morte trágica aos 24 anos quando sofreu um acidente de carro. Em 2019, 65 anos após a sua morte, o ator terá sua imagem "ressuscitada" por tecnologia CGI e atuará em Finding Jack, um drama de guerra com lançamento previsto para 2020. De acordo com o The Hollywood Reporter, o projeto dirigido por Anton Ernst e Tati Golykh será produzida pela recente Magic City Films, empresa que obteve da família de Dean os direitos de usar sua imagem. Finding Jack é uma adaptação do livro de Gareth Crocker e conta a história do abandono de mais de 10.000 cães militares no final da Guerra do Vietnã. Dean interpretará Rogan, personagem considerado um protagonista secundário. Os cineastas afirmam que a decisão inesperada se deu após muito buscarem o "ator perfeito para interpretar o papel de Rogan, que possui alguns arcos extremamente complexos". Ernst afirma que "após meses de pesquisa, decidimos por James Dean". O ator ficou conhecido por atuar em clássicos como "Vidas Amargas" (East of Eden, 1955) e "Rebelde sem Causa" (Rebel Without a Cause, 1955). A vida do Dean foi tragicamente interrompida em 30 de setembro de 1955, quando tinha apenas 24 anos e sofreu um acidente com seu Porsche 550 Spyder na Califórnia (EUA). "Sentimo-nos muito honrados por sua família nos apoiar e tomar todas as precauções para garantir que seu legado como uma das estrelas de cinema mais épicas até hoje seja mantido intacto" diz Ernst ao THR. "A família vê isso como seu quarto filme, um filme que ele nunca conseguiu fazer. Não pretendemos decepcionar seus fãs ". O THR ainda afirma que Dean será reconstruído por meio de CGI de "corpo inteiro" utilizando imagens e fotos reais. Além disso, sua voz será dublada por outro ator. O aspecto preocupante da reconstrução póstuma Enquanto Ernst, Golykh e outros cineastas sentem-se "animados" com a tecnologia de reconstrução, existe nela uma questão ética muito preocupante. Ainda na notícia no THR, temos acesso à opinião de Mark Roesler, CEO da CMG Worldwide, empresa que representa James Dean ao lado de mais de 1.700 personalidades históricas, artísticas, de entretenimento, esportes, etc. Ele afirma que a nova tecnologia "[...] abre uma nova oportunidade para muitos de nossos clientes que não estão mais conosco". Detendo os direitos de representação de personalidades como Ingrid Bergman, Neil Armstrong, Bette Davis e Jack Lemmon, a CMG Worldwide apresenta um panorama de imortalidade da imagem alheia. Nela, um artista falecido que não tem mais a possibilidade de consentir em doar sua imagem pode aparecer em projetos audiovisuais de qualquer estilo mesmo assim. Isso remonta a outros casos polêmicos de reconstrução póstuma. Em um deles, a atriz Audrey Hepburn foi revivida digitalmente pela Mars e a Dove em uma propaganda da marca de chocolates Galaxy. O caso aconteceu 20 anos após a morte de Hepburn, trazendo a imagem rejuvenescida da atriz através de CGI (Computer Graphic Imagery). Nesse caso, o tom é ainda mais crítico, pois o propósito do comercial era fundamentalmente financeiro. No caso do cinema, a discussão também encontra esse lado financeiro e eticamente duvidoso. A posição de "direitos de imagem" tomada pela CMG e outras empresas tem o tom de posse não sobre as obras do artista, mas de sua pessoa. Nesse âmbito, vimos em 2016 o retorno póstumo do ator Peter Cushing no filme "Rogue One: Uma história Star Wars"(Star Wars: Rogue One, 2016). Morto desde 1994, o ator britânico foi revivido via CGI para interpretar o vilão Governador Tarkin, interpretado por ele em 1977. O caso também levantou o debate entre o limite ético entre prestar homenagens aos atores e se utilizar da imagem e nome de alguém que já morreu. Sobre isso, Joana Amaral Cardoso comenta, em uma matéria do portal Ípsilon, que "Tal como Fred Astaire ou Audrey Hepburn já fizeram publicidade para produtos que nunca viram em vida, o rosto de Cushing retoma um papel que não sabia que iria ser repescado para um filme que nunca soube que ia existir e diz falas que nunca estudou". Portanto, existe uma questão séria de falta de consentimento. E essa moda não está perto de acabar. Ao THR, Ernst ainda acrescentou: "Nossos parceiros na África do Sul estão muito entusiasmados com isso, pois essa tecnologia também seria empregada no futuro para recriar ícones históricos como Nelson Mandela, a fim de contar histórias importantes sobre o patrimônio cultural". Enquanto as histórias são importantes de serem contadas, a questão da interpretação póstuma via CGI sem consentimento não é algo fundamental para a existência delas. Contudo, fica claro que casos de uso do CGI como o de James Dean e Peter Cushing estão cada vez mais comuns. Por isso, é necessário discutir até onde vai o limite da tecnologia de reconstrução póstuma e o que isso significa para a imagem pessoal de personalidades "públicas". #JamesDean #CGI #Hollywood #FindingJack #adaptação #discussão

  • Por que roteiristas que dirigem seus filmes se dão melhor no Oscar?

    O Oscar valoriza muito mais os roteiristas que se também aventuram no papel de diretores. Qual o espaço que os roteiristas-diretores ocupam em Hollywood? E onde ficam aqueles que preferem só escrever? O trabalho de um roteirista é fundamentalmente diferente do de um diretor. Ainda assim, é possível encontrar cineastas que fazem um ótimo trabalho na tradução de seus roteiros para a tela. Se você é roteirista e planeja conquistar um Oscar de melhor roteiro original ou adaptado, por exemplo, dirigir o filme que você escreveu se torna um grande fator de sucesso. De acordo com a Variety, desde 2010, 53% dos cineastas que ganharam Oscars de roteiro original foram também diretores de seus filmes e 31% dos cineastas que ganharam Oscar de melhor roteiro adaptado foram também diretores. Ou seja, desde 2010, apenas um roteirista solo não-diretor ganhou um Oscar de melhor roteiro original. Além disso, a última vez que um roteirista solo não-diretor ganhou um Oscar de melhor roteiro adaptado foi em 2014. Isso é um problema? Será que isso reflete uma época complicada para o reconhecimento dos roteiristas que preferem dominar somente o mundo da escrita? De acordo com os cineastas que conversaram com a Variety, depende. "É revelador", diz Anthony McCarten, três vezes indicado ao Oscar e único roteirista (não diretor) de "Os Dois Papas" (The Two Popes, 2019), quando fica sabendo dessas estatísticas. "Existe um verdadeiro mal-entendido do que um roteirista faz em um roteiro. É a arte invisível e o respeito adequado não existe. É uma discussão atrasada". McCarten, roteirista do novo filme dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles, traz um ponto já desgastado pelos profissionais hollywoodianos de roteiro. A realidade de hoje em dia é que o roteirista só é realmente valorizado na televisão, onde possui o devido status de criador da obra ou cargo executivo de showrunner. No caso dos Oscars, cada vez mais os filmes reconhecidos são aqueles em que os dois trabalhos, de roteiro e direção, se misturam de maneira mais fluida. Lesley Mackey, diretora sênior de créditos do Writers Guild of America West, tem uma opinião mais positiva sobre isso. "Essas pessoas foram contratadas para realizar serviços de roteiro e, muitas vezes, são os roteiristas que estavam lá desde a primeira página em branco. Uma boa parte deles [...] tem um número maior de créditos de escrita do que dirigindo”. Diferentes opiniões sobre o roteirista-diretor É bem entendido que os diretores contribuem com várias idéias para qualquer roteiro, a fim de trazer um projeto coerente e interessante à vida. Mas a colaboração pode assumir várias formas - e cada vez mais, os filmes reconhecidos no maior evento anual de Hollywood, por exemplo, são aqueles em que os dois trabalhos se misturam de maneira mais transparente e autoral. "Virei diretora porque sabia que essa era a melhor maneira de proteger a escrita", diz Lulu Wang, diretora e roteirista de "The Farewell" (2019), à Variety. Assim como a diretora, muitos cineastas tomam o rumo de dirigirem seus filmes para garantirem a veracidade das histórias que, muitas vezes, são até mesmo autobiográficas. Sobre isso, o roteirista, autor e diretor John August afirma que "algumas histórias têm uma visão e uma voz tão únicas que só podem ser contadas por uma mesma pessoa". A integridade da narrativa, portanto, pode ficar ameaçada nessa conversa entre roteirista e diretor, por vezes intermediada por produtores. “Os diretores que escrevem seus próprios roteiros têm uma voz consistente”, diz Larry Karaszewski, que roteirizou "Meu Nome é Dolemite" (Dolemite Is My Name, 2019) com o parceiro de roteiro Scott Alexander. “Como roteiristas, você tem muitas notas de muitas pessoas - e então um diretor se envolve e é um processo enorme. Considerando que, quando Jordan Peele segue seu roteiro do começo ao fim, ele sabe quando está pronto". Além dos aspectos de proteção narrativa e coerência de linguagem, tanto Wang como o roteirista e diretor de "Jojo Rabbit" (2019) Taika Waititi comentam sobre o fator da praticidade que reside em escrever os filmes que vão dirigir. "Sou mais preguiçosa do que escritores que não dirigem", afirma Wang. "Para deixar claro sua visão sobre o filme, eles precisam ser muito específicos com a escrita. Eu tenho uma taquigrafia - vou apenas escrever 'Eles andam em um estilo épico' na página e sei que isso acontecerá em câmera lenta na hora de gravar. Mas um produtor não está na minha cabeça e eu preciso explicar a eles o motivo pelo qual é um momento tão grandioso”. Da mesma forma, Waititi diz que inclui instruções de decupagem em seus roteiros extras, pois ele sabe que será o diretor depois. "No set, estou reescrevendo as coisas, moldando tudo e tentando mantê-las nos trilhos", diz ele. Nesse sentido, o roteirista-diretor realmente possui a vantagem da escrita mais visual ou abreviada. Assim como Waititi fala, é possível até mesmo escrever diretamente decupando as cenas, algo impensável de um roteirista sugerir num roteiro que não irá dirigir. O cineasta vai além: diz que, quando dirige, "Você está escrevendo sem usar os dedos. É muito raro as palavras na página serem o filme que você vê". Portanto, o roteirista-diretor também acaba tomando as próprias rédeas da expressão fílmica, trazendo à memória aquela noção de criador ou mesmo autor que acaba tão diluída entre as super produções industriais de Hollywood. “Entre os roteiros, a produção e a edição, um filme assume formas diferentes a cada passo do caminho”, diz o diretor e roteirista de "Waves" (2019), Trey Edward Shults. "Quando escrevo um roteiro, é a primeira vez que alguém vê o filme - é apenas o primeiro passo no caminho". Scott Z. Burns, que colabora frequentemente com o diretor Steven Soderbergh (incluindo no recente "A Lavanderia"), está estreando como roteirista e diretor com "O Relatório" (The Report, 2019). No entanto, ao longo de seus quatro pares de filmes como roteirista, a divisão entre roteiro e direção permaneceu intacta. "Steven acredita que seu trabalho é o diretor e o meu é o escritor", diz Burns. “Inerente a essas descrições é que a colaboração é entre nós". Soderbergh também esperava que Burns estivesse no set todos os dias, um privilégio que muitos roteiristas não têm e gostariam de ter. "Em outros filmes, não senti o mesmo nível de envolvimento, especialmente depois que as filmagens começaram", diz ele. "No desenvolvimento, há certo envolvimento com o diretor, mas parece haver um limite no qual, quando você termina, sua participação não é necessária". Tudo isso pode pintar uma imagem do roteirista como descartável, trabalhando duro para produzir um roteiro que é finalmente transformado em filme por um diretor. É infelizmente muito comum do diretor tomar a frente como criador, desrespeitando o trabalho do roteirista, o qual é necessariamente a base da criação. Como Hollywood enxerga essa situação? As tendências hollywoodianas para o roteirista-diretor Mackey, da WGAW, não vê o roteirista-diretor de uma maneira negativa. Mais que isso, ela identifica no mercado que "Os roteiristas profissionais querem ...ter a oportunidade de dirigir suas próprias imagens", diz ela à Variety. "Se você conversar com alguns de nossos membros, encontrará mais oportunidades para os escritores direcionarem seus próprios materiais. Essa é a tendência. " Uma tendência que aponta diretamente para os autores, os roteiristas-diretores que controlam o processo de criação. Portanto, essa é a categoria de cineastas que os eleitores da Academia acabaram por preferir, causando a exclusão de quase todos os outros na categoria de melhor roteiro original por quase uma década. McCarten diz que, em parte, essa preferência tem a ver com o conceito de marca (ou branding). "Vivemos no culto ao produtor nos anos 20, depois no culto ao ator nos anos 40 e 50, e atualmente vivemos no culto ao diretor", diz ele à Variety. "Nunca teremos um culto ao roteirista, porque não estamos brigando por isso. Somos muito modestos e fazemos todo o nosso trabalho em espaços solitários ". Burns concorda. "Os estúdios transformaram diretores em marcas", diz ele. "Quando os eleitores [da Academia] vêem esses nomes, eles estão mais familiarizados com eles do que com os roteiristas - de modo que isso pode explicar a situação, em parte. Mas eu entendo a agitação [de McCarten]; você sente isso quando trabalha com o [roteiro] há anos, o leva a um diretor e eles mudam tudo, e você acaba com o crédito compartilhado. Pode ser frustrante”. A crise dos roteiristas já não é necessariamente algo novo na indústria, ainda mais no atual panorama hollywoodiano anti-ideias originais". Ainda assim, Mackey vê de maneira diferente: “Talvez haja mais diretores divulgados como marca, mas isso não é novidade. [Alfred] Hitchcock era uma marca. Charlie Kaufman é uma marca. Aaron Sorkin é uma marca. Os estúdios promovem o que lhes dará mais reconhecimento. Às vezes é o escritor, às vezes um diretor, às vezes um produtor". Como sempre, é notável perceber que as tendências do mercado, por mais conceituais que sejam, sempre seguem o lucro econômico. Daí, fica fácil de entender o hype do roteirista-diretor quando se mantém isso em mente. Hollywood preza o lucro, desde sempre. E talvez a direção em que os eleitores da Academia estejam seguindo por quase uma década esteja convencendo alguns escritores a aproveitar a "oportunidade" de dirigir - se puderem convencer alguém a deixá-los. É importante que a classe escritora saiba que o trabalho do roteirista não precisa necessariamente desaguar na direção. Contudo, os desafios não só de reconhecimento como de subsistência através do roteiro são grandes. Ainda assim, a época atual parece estar favorecendo quem se aventura em assinar as duas etapas da concretização narrativa. Essa perspectiva não é nada fácil de se ter num momento inicial, já que créditos de roteiro e direção se diferem muito na hora de avaliar a equipe de um projeto. Hollywood já anda reconhecendo o papel dos roteiristas-diretores há um tempo. Mas onde mais existe o devido reconhecimento para os que escolhem somente escrever seus filmes virá? A inversão de valores da televisão: o roteirista é o protagonista Quando perguntaram "O que é televisão?" a Chuck Slocum, diretor executivo assistente da Writer’s Guild of America, disse: "Televisão é tudo o que o cinema não é". Se tratando do espaço dos roteiristas e diretores, isso não poderia ser mais real. É interessante observar como a situação precária de menor reconhecimento do roteirista é invertida quando se trata do ambiente televisivo. Num ambiente de emissoras, estúdios e até mesmo produtoras de streamings, o papel do roteirista principal ou criador das séries é mais valorizado. O cargo de criador ou showrunner fica, quase sempre, nas mãos de um roteirista. O showrunner de uma série também possui o título de produtor executivo. Shonda Rhimes, showrunner de séries como Grey's Anatomy e Escândalos: Os Bastidores do Poder, explica didaticamente: Os showrunners garantem que os scripts sejam finalizados, que o orçamento seja cumprido conforme prescrito pelo line producer, que os atores estejam felizes e que a sala de roteiristas esteja avançando. Eles trabalham com a equipe e com o estúdio e/ou emissora. Finalmente - e o mais importante - ele ou ela protege a visão criativa do programa. Isso quer dizer que o showrunner toma todas as decisões narrativas à título de produção executiva, lidando diretamente com as emissoras e aprovando - e mesmo escolhendo - os cargos principais de criação. Nisso, entra também o diretor. Como, então, fica o papel diretor nesse ambiente liderado pelos showrunners? Amplamente secundário e substituível. É quase de praxe que se contrate vários diretores por temporada, diluindo os episódios entre eles e realmente tornando o papel de direção um processo muito mais técnico do que criativo. Mesmo numa série mais controlada pelo showrunner, onde esse trabalha com sua equipe de preferência - como Joe Penhall em Mindhunter, por exemplo, que trabalhou com o diretor David Fincher em vários episódios da série -, o diretor não tem a mesma relevância como no novo panorama de "cinema autoral" das recentes novas apostas Hollywoodianas. Ou seja, na televisão não existe o roteirista-diretor. Vemos a valorização do criador dos universos seriados, o qual tem prioridade decisiva sobre todas as ideias geradas na sala de roteiro. Quando se trata dos criadores e showrunners de sucesso - bem como Aaron Sorkin, Jesse Armstrong ou Phoebe Waller-Bridge -, a profissão é muito valorizada. Não é à toa que, desde algum tempo atrás, muitos cineastas têm migrado para a televisão. Hoje em dia, o espaço do showrunner na HBO, FOX, Netflix, Amazon e muitas outras empresas proeminentes vem sendo cada vez mais cobiçado por aqueles criadores que têm uma história para contar e, muitas vezes, não encontram seu espaço no cinema. Talvez a real "oportunidade" que Mackey cita, a de contar suas próprias histórias, seja encontrada muito mais facilmente pelo roteiristas na televisão. #roteiristas #roteiro #direção #Oscar #showrunners #autoria

  • Roteiro de documentário: por onde começar?

    Abordamos o assunto através do case “Cidades Fantasmas”, filme documental vencedor do Festival É Tudo Verdade Quando o assunto é “roteiro de documentário”, às vezes mais dúvidas do que certezas acabam surgindo. Como estruturar? Como “prever” acontecimentos? O que vai em um roteiro de documentário? Roteiro de documentário fica 100% na montagem? O roteiro de documentário de fato divide opiniões e depende muito da proposta, formato e linguagem empregadas. Considerando esse terreno cinza e cheio de divergências, vamos utilizar um caso específico para apresentar uma forma prática de pensar o assunto. Através do processo de desenvolvimento do filme documental “Cidades Fantasmas” (2017) vamos entender melhor uma das diversas formas de construir uma narrativa em documentário onde o roteiro tem um papel central. Trailer de "Cidades Fantasmas": Assista ao filme completo aqui. Um pouco sobre o projeto “Cidades Fantasmas” “Cidades Fantasmas” (direção de Tyrell Spencer, roteiro de Carolina Silvestrin e Guilherme Soares Zanella) é um longa-metragem documental e série desenvolvidos pela Casa de Cinema de Porto Alegre em parceria com GloboNews, Globo Filmes, Canal Brasil e Galo de Briga Filmes. Além de estreia em cinemas pelo Brasil, o filme foi vencedor do principal prêmio no Festival É Tudo Verdade (2017), o maior festival dedicado a documentários da América Latina e um dos mais relevantes do mundo. Na TV, “Cidades Fantasmas” foi exibido na GloboNews, mas também no Canal Brasil no formato seriado, com 8 episódios explorando outras localidades que não foram abordadas no longa. A sinopse é simples, capaz de apresentar rapidamente a unidade proposta pelo tema: através de um olhar contemplativo, o filme explora diferentes cidades fantasmas espalhadas pela América Latina, suas histórias de descaso e devastação e as pessoas que ali resistem. Entre pesquisas de campo e gravações, nossa equipe visitou diversas localidades pela América Latina antes de chegar nas cidades principais: Fordlândia (Brasil), Humberstone (Chile), Epecuén (Argentina) e Armero (Colômbia). Para entender como trabalhamos o roteiro deste projeto, vamos apresentar as principais etapas que envolveram o seu desenvolvimento inicial. O conceito e o ponto de vista Antes de mais nada, foi preciso estabelecer o conceito e o ponto de vista que gostaríamos de tratar. Sem esses dois pilares seria impossível desenvolver qualquer pesquisa, uma vez que ela deve ser pautada por um direcionamento temático e conceitual. Quando tratamos de cidades fantasmas parece que o ponto de vista e conceito são óbvios, mas não é bem assim. Qual o ponto de vista que abordamos? Desastres naturais, rupturas econômicas, laços afetivos com a terra, enfim… São inúmeras as formas de tratar o mesmo tema. Para encontrar a nossa, procuramos um ponto em comum entre todas as cidades, mas que também trouxesse uma mensagem atual e urgente. Entre eventos da natureza e desastres econômicos, o que há em comum entre cada uma dessas cidades abandonadas? A resposta é: a negligência das autoridades. A negligência que levou as autoridades colombianas a não alertar os moradores de Armero sobre a erupção do vulcão que acabaria definitivamente com a cidade, a negligência que deixou os trabalhadores das minas de Humberstone sem dinheiro depois da falência da Companhia, a negligência da Ford ao explorar as terras brasileiras sem um planejamento adequado, etc. Independente das causas para o abandono de cada cidade, todas elas estavam direta ou indiretamente relacionadas à corrupção e exploração das autoridades locais. A partir daí, nossa pesquisa e desenvolvimento já estaria pautado por esse direcionamento conceitual e de ponto de vista. As primeiras pesquisas e as linhas do tempo Nossa equipe então se dividiu para desenvolver as primeiras pesquisas, com intuito de entender se existia, de fato, um filme ali (e uma série também). Precisávamos encontrar uma linha dramática e não apenas um tema interessante costurado por histórias desconexas. Fomos atrás de cidades fantasmas com aspectos curiosos e distintos entre si, organizando os fatos seguindo uma estrutura unificadora. Colocamos os eventos históricos em ordem cronológica, primeiro em linhas do tempo para entendermos, de forma geral, que tipo de narrativa tínhamos ali. Só assim, em um modelo bem colaborativo, apresentamos para a equipe de criação as cidades para escolhermos as mais relevantes e que também traziam uma variedade maior de pontos a serem explorados. Afinal, as cidades não podiam apenas repetir os mesmos pontos, mas trazer um outro lado do mesmo tema. Cada cidade deveria trazer a sua própria unidade dramática. Qual foi o ponto central de sua ruptura? No caso de Armero, as tentativas de sobrevivência em meio ao lodo da erupção do vulcão e o desaparecimento das criança formavam claramente o ponto central do drama. Fordlândia, por outro lado, trazia um poderoso relato sobre exploração. Uma mega empresa norte-americana (Ford) adquire indevidamente milhares de hectares no coração da Amazônia, alterando completamente a cultura local - do plantio de seringueira ao modo de viver. Descobrir a narrativa que gostaríamos de extrair de cada cidade auxiliou bastante no próximo ponto: encontrar personagens para construir essa história. Esses personagens, então, estariam pautados pela narrativa que já estávamos construindo. A busca pelos personagens A busca por personagens se dividiu em dois processos muito importantes: pesquisa online e pesquisa de campo. Com a linha do tempo das cidades, suas unidades dramáticas e a mensagem que gostaríamos de extrair em cada uma delas, o passo seguinte era desenvolver personagens fictícios que ajudariam a ilustrar o discurso. Embora seja estranho tratar de personagens fictícios quando falamos em documentário, isso nos ajudou em um primeiro momento. Vamos pegar a cidade de Armero como exemplo para compreender este ponto: Quais os principais pontos que iríamos explorar em Armero? 1. O descaso das autoridades em relação à população de Armero; 2. A catástrofe e as emocionantes histórias de sobrevivência; 3. O estranho desaparecimento de crianças resgatadas após a erupção do vulcão Nevado del Ruiz. Por si só, esses três pontos já constroem uma narrativa linear e capaz de sintetizar questões-chave para o nosso discurso. Considerando isso, sabíamos que precisaríamos ir atrás de personagens que pudessem ilustrar estes três pontos. Criamos personagens que nos auxiliaram a desenvolver um primeiro tratamento de roteiro, considerando nossas necessidades dramáticas. Em linhas gerais, seria basicamente um mapa de construção de um roteiro e pesquisa de campo, um guia para nos auxiliar na jornada de entender "que tipo de pessoas deveríamos procurar". Com isso, a nossa busca por personagens estaria pautada por interesses narrativos e não apenas processos randômicos. Apenas depois desse processo procuramos pessoas reais que pudessem representar esses diferentes pontos. A busca por esses personagens se deu principalmente a partir de matérias em veículos de comunicação via internet e ONGs ou outros órgãos semelhantes. Criamos uma rede de contatos a partir daí. Depois dessa primeira pesquisa e conversas por Skype, parte da equipe foi conhecer pessoalmente alguns personagens selecionados, desenvolvendo pré-entrevistas que nos auxiliariam a desenvolver um novo tratamento do roteiro. As diversas fases de um roteiro de documentário Esse é um relato muito pessoal e que diz respeito a uma experiência singular. O que funcionou para a nossa equipe não necessariamente vai funcionar para outras. Em nosso caso, trabalhamos com diversas versões do roteiro, sendo elas: Versão 1, a partir de primeiras pesquisas à distância; Versão 2, a partir das pesquisas de campo e com trechos da pré-entrevista; Versão 3, a partir do material gravado (imagens de cobertura e entrevistas oficiais); Versão 4, a partir do acompanhamento do material na ilha de montagem. A cada versão nosso nível de detalhe aumentava. A partir da 2a., por exemplo, já trabalhávamos com personagens selecionados e falas degravadas. Além disso, novas versões nos permitiram moldar melhor a nossa narrativa, nos levando ao caminho certo. Reflexões finais Por questões de cronograma e orçamento, ficaria inviável, no nosso caso, investir em mais pesquisas de campo e diversas diárias de gravação. Nosso tempo em cada cidade era extremamente limitado, o que nos fez ter maior controle do que iríamos captar ainda na pré-produção. Esse controle narrativo não é muito associado ao processo de confecção de um documentário. Pelo contrário, o entendimento comum envolve um processo mais livre, de “encontrar um filme” durante as diárias, muito focado em longas pesquisas de campo. Esse planejamento nos possibilitou voltar com um longa-metragem e uma série nos nossos HDs, mesmo considerando às vezes 2 ou 3 dias de gravação em cada cidade. Além disso, tudo isso nos ajudou a entender como é possível sim colocar o desenvolvimento do roteiro no campo central da construção de um documentário. É claro, muitas outras coisas aconteceram durante todo o desenvolvimento. Trabalhávamos todos os dias por anos, fazíamos reuniões entre produtoras, desenvolvemos modelos de construção narrativa com tabelas colaborativas, enfim… Essas reflexões aqui servem como passo inicial. Se o assunto for de interesse geral, nós da Writer’s Room 51 podemos desenvolver um material completo e detalhado sobre o processo de construção de um roteiro de documentário. Neste material, sim, vamos especificar pontos do desenvolvimento muito além das pesquisas. Por isso compartilhe com a gente o que você acha dessa ideia! #roteirodedocumentário #documentário #cinema #CidadesFantasmas #GloboFilmes #GloboNews #CanalBrasil #CasadeCinemadePortoAlegre #GalodeBrigaFilmes #FestivalÉTudoVerdade

  • Criadores de "Game of Thrones" confessam que não sabiam o que estavam fazendo

    Em um painel no Austin Film Festival, David Benioff e D.B. Weiss ressaltam sua inexperiência e problemas de roteiro durante a construção da adaptação da HBO A consagrada série Game of Thrones, uma das queridinhas da HBO, conquistou o coração de milhares de fãs pelo mundo. Essa história de amor e encanto entre público e série, porém, teve um final trágico na última temporada. Entre muita controvérsia a respeito da condução e episódios insuficientes para encerrar a trama, uma petição online chegou a concentrar mais de 1,75 milhões de assinaturas para que a última temporada fosse refeita por "roteiristas competentes". Para completar essa narrativa, David Benioff e D.B. Weiss, showrunners da série televisiva, compareceram ao Austin Film Festival e dividiram com fãs novas informações sobre todos os perrengues que passaram da criação às gravações. A cruzada de problemas de David Benioff e D.B. Weiss No último sábado (26/10/2019), os fãs de Game of Thrones tivera uma oportunidade única de questionar os criadores da série acerca de algumas decisões. Em troca, Benioff e Weiss abriram o coração e expuseram problemas que não imaginávamos. Para a alegria de quem não conseguiu comparecer ao evento, o usuário do Twitter @ForArya compartilhou na rede social momentos-chave do painel. As informações foram confirmadas posterioremente por outras fontes. Para justificar algumas falhas, Weiss afirmou que Game of Thrones foi basicamente a sua "escola de cinema", uma vez que a dupla havia pouca experiência com produções audiovisuais (ainda mais televisivas e multimilionárias). Em outro momento, ambos admitiram que foram conhecer melhor os personagens apenas 2 meses antes do piloto ir ao ar. "Em cada cena estávamos a 3 falas de distância de fazer um 'Monty Python e o Cálice Sagrado' (1975)", comenta Weiss. Em uma das afirmações mais polêmicas, os showrunners explicam a razão que os levou a diminuir drasticamente os elementos fantásticos provenientes da série de livros. De acordo com os roteiristas, eles "não queriam apenas alcançar esse tipo de fã". "Dan queria remover ao máximo os elementos de fantasia porque "nós não queríamos apenas alcançar esse tipo de fã". Eles queriam expandir a base de fãs para pessoas além dos fãs de fantasia, para "mães, atletas da NFL..." Em outro momento do painel, a dupla ainda descreveu uma reunião que tiveram com George R. R. Martin, onde o autor teria questionado suas intenções sinceras em relação à adaptação. "Nós não tínhamos nenhuma", responde David, que completa: "Nós não sabemos porque ele confiou a nós a obra da sua vida". Esta foi apenas mais uma das manchetes com o nome dos dois roteiristas, que em pouco tempo anunciaram contrato com a Netflix para uma série original e abandonaram a condução criativa da saga Star Wars. Assine o Amazon Prime por apenas R$ 9,90 ao mês. #TV #série #GameofThrones #HBO

  • Netflix testa permitir que usuário assista a conteúdos em velocidade rápida

    O serviço de streaming testa velocidades de reprodução que chegam até 1.5x Muitas pessoas apreciam o tempo dos filmes ou séries que acompanham, sendo esta uma das qualidades da experiência audiovisual. Outras pessoas já estão muito mais ligadas aos eventos narrativos, não vendo a hora de saber logo o final daquela série ou desfecho do filme. Para esse segundo grupo, a solução pode estar a caminho. O Android Police reportou que a Netflix vem testando novas velocidades de reprodução para o usuário escolher quando for assistir aos seus conteúdos, aumentando de 0.5 a 1.5x. Por enquanto esse recursos ainda não alcançou grandes patamares e vem sendo testado apenas entre alguns usuários de Android. Confirmando a veracidade dos testes, um porta-voz da Netflix comenta com a Variety: "Nós estamos sempre procurando novas formas de ajudar nossos fãs a aproveitar os conteúdos que eles amam, por isso estamos testando opções de velocidade de reprodução para plataformas mobile". O representante da Netflix ainda completa afirmando que os resultados podem variar de acordo com as regiões e que essa pode mesmo não ser uma mudança permanente no serviço de streaming. Não é uma ideia nova Esse recurso não é nenhuma novidade quando o assunto é podcast, onde muitos usuários já têm a opção de consumir seus programas preferidos em velocidades elevadas. Muitos adeptos desse recurso apontam a praticidade como fator principal. Por aumentar em até 1.5x a velocidade do podcast, o ouvinte consegue consumir mais programas durante a sua rotina diária sem perder as informações necessárias para entender os episódios. Por não ser apenas uma mídia informativa, o assunto é outro quando falamos em audiovisual. Se esse recurso se tornar uma realidade na Netflix, como será a relação dos usuários com essa nova forma de consumir audiovisual? Quantas pessoas realmente utilizarão o recurso? Isso pode trazer impactos e novas perspectivas para o mercado? Por enquanto tudo é especulação. Vamos aguardar o seguimento dessa história para saber se teremos opções assim no futuro próximo ou não. #Netflix #streaming #filmes #séries

  • Novo trailer de "Bombshell": narrativa explosiva sobre assédio que abalou a Fox News

    Com Nicole Kidman e Margot Robbie, o filme sobre o caso de assédio sexual que derrubou o ex-presidente da Fox News Channel está previsto para 2020 O assédio sexual que assola os sets de filmagens e estúdios televisivos nos Estados Unidos e no mundo não é segredo. O próximo filme da Lionsgate, "O Escândalo" (Bombshell, 2019), será justamente sobre um dos casos mais famosos de luta contra assédio no trabalho. Nesse caso, o cenário é a Fox News Channel. Com protagonismo de Charlize Theron, Nicole Kidman e Margot Robbie, o filme tem Charles Randolph como roteirista e será dirigido por Jay Roach. Os cineastas se utilizaram de fatos e depoimentos reais para construir a narrativa de O Escândalo. O filme se concentra no caso de Gretchen Carlson (Kidman), que processou o chefe e fundador da Fox News Roger Ailes (John Lithgow) por assédio sexual em 2016. Carlson processou o ex-chefe trazendo gravações de episódios de assédio feitas por ela mesma como prova. O processo forçou o afastamento de Ailes e resultou num acordo de US$ 20 milhões em indenizações pela Fox. A posição pública de Carlson causou uma onda de várias outras denúncias vindas de outras mulheres do canal com a mesma história. A personagem de Theron, Megyn Kelly, é um exemplo: a âncora teve um grande papel na derrocada de Ailes, confirmando que também sofreu assédio nas mãos dele. Contudo, o filme traz a ambiguidade da personagem, que estaria dividida entre manter a carreira ou denunciar o assédio. Já Kayla Pospisil (Robbie) é uma repórter fictícia construída através de histórias reais de outras mulheres que trabalhavam no canal. Para construir Kayla, os cineastas entrevistaram funcionários que assinaram NDAs (non-disclosure agreements), mas que terão sua voz representada pelo personagem de Robbie. Sobre isso, Roach afirma que ele e Randolph "queriam receber sugestões de todos os envolvidos", tanto dos entrevistados quanto dos atores. Além disso, ele afirma que o filme não é exclusivamente para mulheres assistirem. "Os homens têm que falar sobre isso", disse ele ao Deadline. "As pessoas devem estar seguras no trabalho, e os homens são o problema". Antes e depois do movimento #MeToo A produção de "O Escândalo" foi aceita antes da eleição de Donald Trump em 2016 e antes do escândalo de Harvey Weinstein desencadear o movimento #MeToo. Na época, mais de 500 mil mulheres já haviam denunciado situações de assédio no trabalho. O caso da Fox News já havia tido grande notoriedade antes mesmo da onda de denúncias que tomou Hollywood e vem resultando em diversas ações contra o assédio no cinema e TV - como é o caso da Time's Up, organização pró-igualdade de gênero e direitos para mulheres. A iniciativa, apesar de protagonizar controvérsias, trabalha em diferentes espaços de trabalho e ganhou muita notoriedade ao receber doações milionárias de celebridades. Os escândalos revelados pelo movimento #MeToo aumentaram diretamente a visibilidade da Time's Up e suas ações. Esses movimentos tão importantes já ressoam fora dos EUA, como é o caso recente do Time's Up UK. Através do fundo de doações, a iniciativa lançou uma consultoria jurídica gratuita para mulheres que sofrem assédio no trabalho. Desde agosto desse ano, as mulheres da Inglaterra e País de Gales podem receber dicas, auxílio jurídico e amparo através do telefone. A atriz e ativista Emma Watson, participante do movimento e ações do Times Up, comenta no texto de lançamento do programa que Compreender quais são seus direitos, como você pode reivindicá-los e como está enfrentando esse assédio é uma parte vital da criação de locais de trabalho seguros para todos, e esse conselho é um desenvolvimento tão grande que todas as mulheres são suportados, onde quer que trabalhemos. Estipulações sobre o Oscar O Deadline também trouxe possíveis estipulações sobre indicações ao Oscar por "O Escândalo". Entre elas, as categorias de Melhor Filme, Diretor, Roteiro e Melhor Atriz para Charlize Theron têm a maior chance. O site menciona destaque para a atuação de Theron, a qual "está muito além da voz e das próteses para criar a essência de uma pessoa envolvida em sua própria ambição versus fazer a coisa certa". O filme já conta com uma equipe premiada: Charlize Theron, Nicole Kidman e Allison Janney, premiadas no Oscar, Charles Randolph, ganhador de um Oscar de Melhor Roteiro Adaptado por " A Grande Aposta" (The Big Short, 2016) e o ganhador do Emmy John Lithgow. Nos EUA, a data de lançamento de "O Escândalo" está prevista para dezembro de 2019. Aqui no Brasil, a previsão é para o fim de janeiro de 2020. Confira o novo trailer de "O Escândalo", liberado nesta terça-feira (15): #Bombshell #OEscândalo #assédiosexual #MeToo #NicoleKidman

  • Billy Porter será Fada Madrinha em nova adaptação de "Cinderela"

    Ator vencedor do Emmy fará parte de elenco que conta com a atriz e cantora pop Camila Cabello como Cinderela Durante painel no New Yorker Festival, Billy Porter confirmou a notícia de que irá interpretar a Fada Madrinha no novo remake live-action de "Cinderela" produzido pela Sony. No filme, que tem previsão para 2021, a atriz e cantora pop Camila Cabello fará o papel da Cinderela. Para re-imaginar esse universo mágico, a diretora e roteirista Kay Cannon, conhecida por escrever séries como New Girl e filmes como "A Escolha Perfeita" (Pitch Perfect, 2012), assume a autoria do filme. Além de Cabello e Porter, a atriz Idina Menzel também faz parte do time escalado para o elenco. Além de dar vida a personagens como Maureen (Rent) para musicais da Broadway, Menzel também é a voz por trás da personagem Elsa, princesa do filme "Frozen: Uma Aventura Congelante" (Frozen, 2013). Os próximos projetos de Billy Porter Billy Porter recentemente fez história na edição de 2019 do Emmy. Além de receber um Tony pelo seu trabalho em Kinky Boots, Porter é o primeiro homem negro abertamente homossexual a ser indicado e também receber um Emmy. O ator venceu na categoria melhor ator em drama pelo seu papel na série Pose (FX). A agenda de Billy Porter está bem cheia para os próximos meses. Segundo o próprio ator, além de "Cinderela", ele ainda vai dirigir um episódio de Pose, lançar um álbum de música e estaria também trabalhando em um filme ao lado de Salma Hayek e Tiffany Haddish. Um recado importante para a indústria audiovisual Na sala de imprensa após cerimônia do Emmy (2019), Billy Porter compartilhou com os jornalistas um pouco das suas impressões sobre a representatividade na televisão. "Eu sinto que representativida física é a única coisa capaz de criar mudança. É quando estamos disponíveis que nós temos o poder de criar empatia", comenta Porter. A série Pose se tornou um verdadeiro exemplo de representatividade. Ela é, hoje, o conteúdo televisivo com mais atores transgênero e LGBTQ+ da história. Considerando isso, Billy Porter completa dizendo que espera que "jovens queer de todas as cores possam me ver e entender que eles também podem". #Cinderela #cinema #remake #BillyPorter #representatividade #LGBTQ

  • 5 próximos lançamentos de filmes de ação dirigidos por mulheres

    Polêmica da Marvel envolvendo a diretora argentina Lucrecia Martel levanta debate sobre preconceitos da indústrias do cinema. Para quebrar esses paradigmas, veja os 5 filmes de ação dirigidos por mulheres com lançamento próximo. Mulheres em cargos de chefia em sets de filmagem é um tópico cada vez mais efervescente na indústria cinematográfica. Embora o meio audiovisual esteja se encaminhando para um campo mais inclusivo, ocorrem ainda situações que expõe a importância de manter o debate. A recente possível escalação da diretora argentina Lucrecia Martel para novo filme da Marvel expõe alguns dos problemas desse mercado ainda muito dominado por homens. Após ser convidada pelo estúdio para conversar sobre uma possível atuação como diretora do filme “Viúva Negra” (Black Widow), que tem como protagonista a heroína dos Vingadores interpretada pela atriz Scarlett Johansson, Martel traz um relato desconfortável. Ao The Daily Pioneer, a diretora argentina relatou que não haverá negociação com a Marvel após uma primeira reunião. “Marvel e outras produtoras estão tentando envolver mais diretoras mulheres… O que eles disseram em reunião foi ‘precisamos de uma diretora porque precisamos de alguém preocupada principalmente com o desenvolvimento da personagem da Scarlett Johansson’”, afirma Lucrecia Martel em trecho da entrevista. A cineasta continua: “Eles me disseram, ‘não se preocupe com as cenas de ação, nós tomaremos conta disso’”. Lucrecia Martel, que apontou ao periódico sua vontade de dirigir as sequências de ação, viu neste ponto um antigo ranço do cinema hollywoodiano. “Os estúdios estão interessados em diretoras mulheres, mas eles ainda acreditam que cenas de ação são para diretores homens”, comenta Martel. O resultado dessa reunião foi a desistência da diretora, celebrada por sua sensibilidade em filmes icônicos como “O Pântano” (La Ciénaga, 2001). Diante dessa questão, a indústria americana vem abrindo espaço para diretoras mulheres em algumas grandes apostas do cinema hollywoodiano. Muitas delas, inclusive, com diversas cenas de ação para quem é fã do gênero. Está na hora de quebrar alguns paradigmas, afinal. Por isso separamos aqui 5 grandes lançamentos de filmes de ação dirigidos por mulheres. Acompanhe! 1. “As Panteras” (Charlie’s Angels) - Direção: Elizabeth Banks O novo reboot (que também se propõe a ser uma continuação) da franquia de ação/comédia “As Panteras” (Charlie’s Angels) terá Kristen Stewart, Naomi Scott e Ella Balinska interpretando as personagens emblemáticas. A direção fica na mão da também atriz Elizabeth Banks, que também fará um papel importante no filme. Segundo Banks, essa nova versão do clássico do cinema pegará muito mais o lado da comédia, mas não faltará ação nas cenas de combate. Certamente isso casa muito bem com a sua trajetória. Elizabeth Banks teve sua estreia como diretora com "A Escolha Perfeita 2" (Pitch Perfect 2, 2015), mas já atuou em papéis importantes em diversos títulos de comédia como “O Virgem de 40 anos” (The 40-Year-Old Virgin, 2005) e “A Minha Casa Caiu” (Walk of Shame, 2014). Lançamento internacional previsto para novembro de 2019. 2. "Mulher-Maravilha 1984" (Wonder Woman 1984) - Direção: Patty Jenkins É inegável que Patty Jenkins teve um papel importante para o ingresso de mais diretoras mulheres em filmes de super herói. O sucesso de “Mulher-Maravilha” (Wonder Woman, 2017) ampliou as expectativas para esse número aumentar ainda mais. Jenkins foi uma grande aposta para assumir a condução do enredo que envolve um verdadeiro ícone do universo DC. Com poucos títulos comerciais sob o seu comando, a diretora conseguiu altas cifras com “Mulher-Maravilha”. O filme gerou cerca de U$ 100.5 milhões na primeira semana nos EUA, o maior valor acumulado por um filme dirigido por uma mulher. Consequentemente, seu retorno para dirigir a sequência, “Mulher-Maravilha 1984” (Wonder Woman 1984) não é nenhuma surpresa. Neste novo título, Gal Gadot volta ao papel de Mulher-Maravilha em uma trama que se passa na década de 1980, em batalhas épicas contra a poderosa Cheetah (Kristen Wiig). Antes da franquia, Jenkins era mais conhecida pela biopic “Monster: Desejo Assassino” (Monster, 2003). Charlize Theron, que interpretou Aileen Wuornos, uma prostituta que virou serial killer, ganhou um Oscar e um Globo de Ouro pela sua atuação no filme. Lançamento internacional previsto para 2020. 3. "Jolt" - Direção: Tanya Wexler Não só de filmes de super herói vive o cinema de ação. Em Jolt, Kate Beckinsale ingressa em uma jornada homicida atrás do assassino do seu amado. A expectativa é alta: como sabemos, sequências de ação não são uma novidade na vida de Beckinsale. A atriz é conhecida por seus papéis no alucinante remake de “O Vingador do Futuro” (Total Recall, 2012) e, é claro, na não-tão-querida franquia “Anjos da Noite” (Underworld, 2003). Beckinsale retorna ao gênero com filme dirigido por Tanya Wexler. Mais acostumada com comédias, Jolt é uma aposta fora da curva para a diretora de “Histeria” (Hysteria, 2011). Com trama densa e cheia de violência, fica a reflexão sobre a possibilidade de existir uma pitada de humor entre uma porra e outra. Lançamento internacional previsto para 2020. 4. "Red Sonja" - Direção: Jill Soloway Inicialmente, Bryan Singer havia sido anunciado para assumir a direção do remake do título de 1985. O estúdio acabou recuando após a notícia cair muito mal para o público. As acusações de agressão sexual por parte do diretor pesaram bastante na opinião pública (e com razão). Depois desse erro inicial, Jill Soloway foi convidada para dirigir a fantasia/ação adaptada dos quadrinhos do universo Conan (aquele, o bárbaro), que conta com uma protagonista sanguinária e sua espada mortal. Soloway vem de uma longa carreira como produtora de TV, mas já assumiu a direção de sucessos como a série Transparent (2014-). No roteiro, além de Transparent e diversas outras, Jill Soloway assina também a conceituada “A Sete Palmos” (Six Feet Under, 2001-2005). Com o novo Red Sonja a perspectiva é que Soloway se torne mais um nome de peso na direção de filmes de ação em Hollywood. Sem lançamento previsto ainda. 5. "Cowboy Ninja Viking" - Direção: Michelle MacLaren Com um nome desses não resta dúvida que a aposta é no entretenimento repleto de cenas de lutas e muito sangue. É o que o público espera, ao menos. Um projeto que circulou por mais de um ano pela indústria, Cowboy Ninja Viking conta com Chris Pratt como estrela. Esse é outro título que busca nas HQs uma forma de atrair público e encontrar tramas alucinantes. A trama acompanha um super-soldado que sofre de transtorno de múltiplas personalidades e reúne, como resultado, (imaginem) todos os atributos de um cowboy, um ninja e um Viking. No mínimo parece divertido. Para ajudar a contar essa aventura, Michelle MacLaren foi recrutada para o papel da direção. Com uma vasta experiência em premiadas séries de TV, MacLaren já dirigiu sucessos como Breaking Bad (2008-2013) e Game of Thrones (2011-2019). Fica claro que MacLaren conhece muito bem o gênero e está familiarizada com cenas de ação em superproduções. Sem previsão de lançamento ainda. #MulheresEmHollywood #Lançamentos #Cinema

  • Ator de 'Mr. Mercedes' Brendan Gleeson interpretará Donald Trump em minissérie

    Adaptação do livro "Lealdade a Toda a Prova" pela CBS Studios ainda conta com o ator Jeff Daniels Participando da onda de adaptações que varre as produções norte-americanas, a CBS Studios irá apostar numa minissérie adaptada do livro "Lealdade a Toda a Prova: Verdade, mentira e liderança" (A Higher Loyalty: Truth, Lies and Leadership, 2018) do ex-diretor do FBI James Comey. Brendan Gleeson foi escalado para interpretar o presidente Donald Trump, enquanto Jeff Daniels (The Newsroom, A Lula e a Baleia) atuará como o ex-diretor Comey. Além dos dois, os atores Michael Kelly e Jennifer Ehle participarão respectivamente do elenco como o diretor interino do FBI Andrew McCabe e Patrice Comey, esposa de Comey. Gleeson é mais conhecido por papéis como o detetive aposentado Bill Hodges na série Mr. Mercedes, o professor Alastor Mad Eye Moody na franquia Harry Potter e Stobrod Thewes em Cold Mountain (2003). Outro destaque vai para sua performance em "Na Mira do Chefe" (In Bruges, 2008), que lhe rendeu uma indicação ao Globo de Ouro em 2009. A minissérie de quatro horas é baseada no best-seller de Comey e conta a assinatura do roteirista Billy Ray, de “Capitão Phillips” (Captain Phillips, 2013). Billy Ray adaptou o livro e também irá dirigir a minissérie ainda sem título definido. Sobre o papel de Gleeson, Ray comenta ao The Hollywood Reporter que É difícil imaginar um desafio maior de atuação do que interpretar Donald Trump. Você precisa ter presença e um tipo singular de dinamismo. Você também precisa ter a coragem e a vontade de interpretar a psicologia de Trump de dentro para fora. Ah, e você tem que ser espetacularmente talentoso e "assistível". Poucos atores marcam todas essas categorias. Brendan consegue. Estou extasiado com isso. Gleeson, portanto, interpretará o presidente americano que demitiu Comey como diretor do FBI em maio de 2017. O livro aborda a posse de Comey de 2013 a 2017 como diretor do FBI, seu papel nas eleições de 2016 e sua relação com Trump, o qual é uma figura importante na narrativa. "Lealdade a Toda a Prova" está programada para entrar em produção em novembro de 2019, ainda sem data de estreia definida. Os executivos da CBS ainda não decidiram se o projeto será exibido no canal Showtime, no CBS All Access ou em ambos. Se você gosta de "Mr. Mercedes" e outras adaptações de Stephen King, confira nosso post sobre isso. #BrendanGleeson #JeffDaniels #CBS #Minissérie #Adaptação #TV #DonaldTrump

  • Assédio sexual em Hollywood: livro revela quem foi contra e a favor Harvey Weinstein

    She Said traz informações exclusivas sobre a investigação que ajudou a derrubar o produtor norte-americano e co-fundador da Miramax O livro intitulado She Said: Breaking the Sexual Harassment Story That Helped Ignite a Movement, escrito pelas repórteres do New York Times Jodi Kantor e Megan Twohey, traz uma perspectiva exclusiva sobre a investigação dos escândalos sexuais envolvendo o produtor hollywoodiano Harvey Weinstein. A repercussão do caso atraiu a atenção do mundo inteiro, anunciando um recado importante: assédio sexual não passará e isso vale até para os grandes titãs da indústria. Harvey Weinstein, co-fundador da Miramax e do estúdio The Weinstein Company (hoje extinto), será julgado pela corte de Manhattan (Nova York) respondendo aos crimes de agressão sexual predatória e estupro. Em seu livro, Twohey e Kantor trazem detalhes até agora desconhecidos sobre a investigação que deu força ao movimento #MeToo, inclusive revelando figuras importantes que foram contra e mesmo a favor de Harvey durante todo o processo. Uma complexa investigação Em She Said..., o foco está na elaborada investigação que teve início a partir de uma rede de denúncias. A história começa com a atriz Rose McGowan, que revelou publicamente ter sofrido assédio sexual por parte de um "certo produtor de Hollywood". Na época, não apenas McGowan evitou associar qualquer nome ao produtor, como se recusou a comentar o caso com as jornalistas Jodi Kantor e Megan Twohey. A partir daí, as duas detalham um longo caminho que envolveu análise de documentos, indícios espalhados pela internet e pessoas que pudessem trazer alguma dica a respeito do até então desconhecido produtor hollywoodiano. Em muitos dos casos, o que elas encontraram foi nervosismo por parte de pessoas indispostas com a perspectiva de ajudar em sua investigação. Apenas muito tempo depois as jornalistas foram descobrir que Weinstein utilizava a Black Cube, uma empresa que contava com ex-militares e agentes da inteligência israelense, para evitar que qualquer coisa envolvendo o caso fosse publicada. O caso tomou tamanha proporção que até mesmo um dos agentes da Black Cube se passou por uma das vítimas de Weinstein para espionar as jornalistas durante a investigação. Em She Said..., Kantor e Twohey dividem um dos grandes desafios de toda a operação: encontrar mulheres dispostas a falar com elas sobre os casos. Em seu relato, uma coisa é clara: as grandes heroínas dessa história não são nomes famosos da indústria do entretenimento, mas pessoas que fizeram parte da equipe de Weinstein por trás das câmeras, como é o caso de Zelda Perkins. Perkins foi assistente da produtora Miramax na década de 1990. Perkins relata que o assédio ocorreu em 1998, mas não havia sido apenas com ela. Além de descobrir outras vítimas dentro da própria produtora, Zelda Perkins foi uma das únicas a confrontar Weinstein de frente. A história veio à mídia apenas depois de grandes atrizes revelarem a sua parte dessa narrativa, quebrando o silêncio que empacava a investigação de Kantor e Twohey. Salma Hayek, Angelina Jolie e Ashley Judd foram alguns dos muitos nomes que ajudaram a levar o produtor e predador sexual a julgamento. Nesse percurso, nem todo mundo quis ajudar. Pelo contrário: o livro revela figuras importantes que auxiliaram para encobrir o caso e até minimizá-lo. A seguir, veja alguns destaques apresentados no livro. As personagens do caso Weinstein e as novas revelações Na mídia, ficamos sabendo das atrizes que tiveram a coragem de enfrentar Harvey Weinstein publicamente. O outro lado dessa história também existe: confira algumas das personagens chave que ajudaram na investigação e também aquelas que tentaram sabotá-la. Lisa Bloom - A favor de Harvey Weinstein Advogada conhecida por defender pautas feministas e humanitárias, Lisa Bloom escreveu um memorando para Harvey Weinstein com opções para minimizar o depoimento da atriz Rose McGowan, uma das primeiras a acusar o produtor. “Claramente ela precisa parar com esse ridículo e difamatório ataque contra você”, escreve Bloom. Entre as opções, Bloom sugeriu espalhar artigos falsos contra McGowan e apresentar um novo “padrão Weinstein”, que envolveria garantir que ⅓ das suas produções fossem lideradas por mulheres. A advogada até mesmo colaborou com um agente da Black Cube, que trabalhava para coletar informações que pudessem manchar a imagem de McGowan. Como consequência, Bloom pediu desculpas naquilo que ela caracterizou como “um erro colossal”. David Boies - A favor de Harvey Weinstein David Boies, advogado e presidente da Boies, Schiller & Flexner, atuou ativamente para encobrir os casos de assédio sexual. Boies havia conversado com jornalistas do New Yorker para evitar que um artigo fosse publicado em 2002, com informações capazes de incriminar Weinstein. Além disso, Boies havia sido o responsável por contratar a empresa Black Cube, que trabalhou para evitar que artigo semelhante fosse publicado pelo New York Times. Os motivos que levaram David Boies a ajudar Weinstein também foram revelados pelo livro. Harvey Weinstein mantinha boas relações com o advogado, principalmente ajudando a filha de Boies na sua carreira como atriz. Ao ser questionado pelas jornalistas, Boies confirmou que isso foi determinante para convencê-lo a ajudar Weinstein. Linda Fairstein - A favor de Harvey Weinstein Promotora de Justiça aposentada de Nova York, Linda Fairstein é mais conhecida pelo seu papel no julgamento popularmente conhecido como The Central Park Five ("Os Cinco do Central Park", em tradução livre), retratado na série da Netflix "Olhos que Condenam" (When They See Us, 2019). Em seu livro, as jornalistas do New York Times afirmam que Fairstein conectou os advogados de defesa de Weinstein ao promotor do caso, demonstrando na prática como funciona a corrupção do sistema legal. Além disso, Linda Fairstein também teria desencorajado Twohey a continuar com sua investigação, chamando uma das vítimas de "oportunista com um passado desprezível”. Roberta Kaplan - A favor de Harvey Weinstein Co-fundadora do Time’s Up Legal Defense Fund - ligado ao movimento contra o assédio sexual -, Roberta Kaplan era conhecida como figura-chave dos movimentos feministas na era #MeToo. O livro, porém, traz revelações assustadoras que colocam Kaplan no lado errado da história. A ligação entre Kaplan e Weinstein vinha de antes. A ativista mantinha forte relação com a instituição amfAR, responsável por angariar fundos para combater a AIDS, que contava com o apoio de figuras de peso como o próprio Weinstein. Quando o New York Times ainda estava construindo o seu artigo sobre as acusações contra Weinstein, Kaplan havia dito aos repórteres que a publicação poderia “prejudicar os pacientes com AIDS”, em referência às repercussões que viriam a partir disso. Roberta Kaplan veio a se retratar após o incidente, alegando que não tinha conhecimento de todas as informações necessárias para tomar outra posição. Gwyneth Paltrow - Contra Harvey Weinstein A atriz Gwyneth Paltrow deu toda a assistência para as duas repórteres ainda em junho de 2017. Paltrow cooperou levando a questão para o seu círculo de atrizes famosas, mas preferiu não vir a público inicialmente com medo que o ato trouxesse consequências negativas, podendo afetar a sua empresa Goop, dedicada à indústria do bem estar. Mesmo assim, o apoio da atriz veio em um momento em que muitas pessoas preferiram se calar, seja por medo ou por más intenções. Jenni Konner e Lena Dunham - Contra Harvey Weinstein A atriz e roteirista Lena Dunham, juntamente com a sua produtora Jenni Konner, auxiliaram a investigação conferindo acessos que as jornalistas não tinham a esferas de Hollywood. Foi a partir delas que Kantor e Twohey chegaram em Paltrow. Inicialmente, as repórteres tinham receio que Dunham levasse prematuramente a investigação a público, considerando a persona online da criadora de Girls nas redes sociais. O que aconteceu foi o contrário: tanto Dunham quanto Konner mantiveram sigilo enquanto foi necessário. Irwin Reiter - Contra Harvey Weinstein Executivo que trabalhou com Weinstein por muitos anos, Irwin Reiter foi quem ajudou a desmantelar a estrutura da The Weinstein Company “de dentro”. Reiter auxiliou Kantor e Twohey em sua investigação, mostrando que as atitudes do produtor vinham de muito tempo. Reiter, porém, não agiu sozinho. O executivo afirma que sua filha teve um papel chave no seu processo de reconhecimento da gravidade das acusações. Mesmo depois de revelado o escândalo, Reiter passou despercebido. Quando a história tomou a mídia, Harvey mandou seu departamento de Relações Humanas procurar a pessoa responsável por vazar as informações. Frank Gil, diretor do departamento na época, teria responsabilizado Bob Weinstein, irmão de Harvey, e David Glasser, o próprio presidente da companhia. Ashley Judd - Contra Harvey Weinstein A atriz e ativista política Ashley Judd foi uma das poucas mulheres a tornar público o caso no início da investigação. Mesmo ainda sem o apoio de outras acusações, Judd arriscou sua carreira trazendo seu relato de assédio sexual a tona. Segundo relatado em She Said..., Judd consultou a sua advogada e “considerando suas obrigações como mulher e cristã” decidiu que esse era o certo a se fazer. A decadência auxiliou o processo Como as próprias autoras afirmam, questões circunstanciais externas ajudaram a proporcionar oportunidades para que as acusações contra Harvey Weinstein tivessem impacto. Há algum tempo, o produtor já vinha sofrendo certa decadência. Ele já não emplacava sucessos como no começo dos anos 2000, demonstrando que o mercado ainda determina a regra do jogo. No auge da sua carreira talvez Weinstein estivesse muito mais blindado. De qualquer forma, com tantas peças complexas e um background de extrema importância social, a investigação guiada pelas jornalistas do New York Times se assemelha a casos que tiveram adaptação para o cinema como "Todos os Homens do Presidente" (All The President's Men, 1976) e "Spotlight: Segredos Revelados" (Spotlight, 2015). Fica a aposta para um futuro próximo: adaptar para o cinema mais esse marco do jornalismo investigativo. Talvez seja um passo importante para eternizar esse importante processo que certamente vai deixar sua marca na história. #MeToo #assédioemHollywood #mulherescontraHarveyWeinstein #Hollywood

  • Destaques do catálogo do Amazon Prime Video que podem desbancar a Netflix

    Streaming fecha acordo temporário com a Disney e aumenta seu impressionante catálogo, que já conta com séries premiadas O serviço de streaming da Amazon, o Prime Video, anda desbancando premiações, serviços concorrentes e investindo pesado no seu catálogo. Nesta terça-feira (1/10), a Amazon Prime Video anunciou o fechamento de um acordo de licenciamento para exibir parte do catálogo do Disney+ no seu próprio. Isso só aumenta a competitividade com outros serviços de streaming, como Netflix, Hulu e HBO Go. O acordo irá trazer filmes como Capitã Marvel, Piratas do Caribe, Malévola, WiFi Ralph e Toy Story 4. No quesito séries, o Prime Video exibirá títulos como How I Met Your Mother, Grey’s Anatomy e American Horror Story. A parceria foi realizada com a Disney para disponibilizar esses títulos na América Latina, garantindo o acesso dos fãs brasileiros a sucessos do catálogo da Disney+. O acordo terá duração de outubro de 2019 até setembro de 2020. O Disney+ chega no Brasil provavelmente no segundo semestre de 2020. Por isso, o catálogo da Amazon Prime Video terá grande vantagem em relação aos competidores, que não possuem acesso exclusivo aos lançamentos pertencentes à Disney. Esse e outros destaques aumentam a chance do Prime Video desbancar até mesmo o Netflix, que é líder no serviço de streaming. O Prime Video no Brasil, atualmente, custa apenas R$ 9,90 por mês e dá acesso ao catálogo filmes e séries, além de frete grátis, acesso ao Prime Music, Prime Reading (livros e revistas) e ao Twitch Prime (games). As melhores séries originais do Amazon Prime Video O catálogo do Amazon Prime Video é bem amplo, tornando o serviço de streaming mais que um concorrente da Netflix: o Amazon Studios é atualmente produtor de séries com conteúdo artístico bastante elevado. Um exemplo disso é a premiada Fleabag, de Phoebe Waller-Bridge, que ganhou 4 prêmios no Emmy 2019 e garantiu outro contrato milionário para a roteirista. Ou então, a excelência na direção de Homecoming, assinada por Sam Esmail e Kyle Patrick Alvarez. Confira abaixo as melhores séries do catálogo da Amazon Prime Video até agora: Homecoming (2018), de Micah Bloomberg, Eli Horowitz e Sam Esmail Sinopse: Heidi Bergman (Julia Roberts) é uma assistente social que trabalha clínica Homecoming, localizada na Flórida, a qual atende soldados veteranos recém chegados da Guerra. Heidi se aproxima do soldado Walter enquanto trabalha para ajudar na ressocialização dos ex-militares. Mas, com o passar do tempo, ela começa a desconfiar das verdadeiras intenções do local onde trabalha, bem como de seu chefe Colin. Pontos fortes: a série é tão bem dirigida que esse seja talvez o maior destaque. Mesmo prestando homenagens diretas à clássicos diretores do cinema, como Brian de Palma, Hitchcock e Coppola, a linguagem de Homecoming consegue ser original e muito bem articulada. Preste atenção também nos diálogos bem construídos e no equilíbrio entre o passado e o futuro narrativo. Transparent (2014), de Jill Soloway Sinopse: Mort Pferfferman é divorciado e tem três filhos adultos: Ali, Sarah e Josh. Ele se assume como uma mulher transexual, Maura. À medida que Maura passa pela transição de gênero, seus filhos também começam a revelar os próprios segredos e redescobrir várias partes de suas vidas. Pontos fortes: A série é incrivelmente bem escrita e atuada. A sensibilidade com que trata questões importantíssimas, como identidade, gênero, vida familiar e auto imagem é rara. Uma obra muito forte de um conjunto bem diverso de escritorxs e diretorxs. Fleabag (2016), de Phoebe Waller-Bridge Sinopse: Fleabag, uma millennial londrina na casa dos 30 anos, passa por conflitos familiares e amorosos, além de tentar superar a morte de sua melhor amiga. Cada vez que tenta arrumar sua vida, se envolve com caras errados, faz más escolhas e não consegue lidar muito bem com seu negócio. Pontos fortes: Escrita, dirigida e atuada por Phoebe Waller-Bridge, Fleabag apresenta um humor sarcástico e contemporâneo que quebra a quarta parede de um jeito divertido. A série também foi a maior vencedora na premiação dos Emmys deste ano, conquistando quatro estatuetas (inclusive de melhor série de comédia). Mozart in The Jungle (2014), de Alex Timbers, Roman Coppola, Jason Schwartzman e Paul Weitz Sinopse: O impetuoso novo maestro mexicano Rodrigo de Souza (Gael García Bernal) é convidado a reger a Sinfonia de Nova York enquanto a jovem oboísta Hailey Rutledge (Lola Kirke) espera sua grande chance de tocar na orquestra. Excêntrico e genial, Rodrigo convida Hailey para trabalhar como sua assistente. Os dois então passam por situações cômicas, românticas e desafiadoras. Pontos fortes: O setting da série é bem reconhecível (Nova York), mas ela toma rumos bem interessantes dentro disso. Quem é amante de música (principalmente erudita) vai curtir conhecer melhor o backstage do universo das orquestras contemporâneas, com os vários desafios e conflitos entre artistas bem estruturados. Outros destaques que estão dando o que falar: "Mr. Robot: Sociedade Hacker"(Mr. Robot, 2015), de Sam Esmail "O Homem do Castelo Alto" (The Man in the High Castle, 2015), de Frank Spotnitz "Maravilhosa Sra. Maisel" (The Marvelous Mrs. Maisel, 2017), de Amy Sherman-Palladino "The Boys" (2019), de Eric Kripke, Evan Goldberg e Seth Rogen #AmazonPrimeVideo #streaming #Disney #Fleabag #Homecoming #Transparent

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