ENTREVISTA: Como viver de cinema nos EUA?
Atualizado: 24 de dez. de 2019
Natural da cidade de Porto Alegre (RS), o cineasta Eduardo Ayres Soares, que hoje vive em Los Angeles, nos conta em detalhes a sua trajetória no audiovisual em terras norte-americanas

Viver de audiovisual é complicado, ainda mais em um país como o Brasil. Por isso mesmo muitas pessoas sonham em tentar carreira nos EUA, a terra de Hollywood e milhares de oportunidades para quem vai atrás da jornada cinematográfica.
Mas como fazer esse trajeto? Existe jeito fácil de viver de audiovisual nos EUA? Que tipo de oportunidades aparecem para quem tenta a sorte em terras norte-americanas? Vamos entender melhor com quem já passou por tudo isso e hoje vive esse sonho.
Nós batemos um papo muito instrutivo com Eduardo Ayres Soares, diretor de cinema que saiu de Porto Alegre e hoje coleciona experiência em Los Angeles, se dividindo em diferentes funções para tirar todas as suas ideias do papel.
Quer saber o que Eduardo fez para chegar onde chegou e os projetos que ele vem desenvolvendo nos EUA? Acompanhe a nossa entrevista exclusiva!

WR51: De onde você vem?
EA: Nasci em Porto Alegre em 1989. Fui criado pelo meu pai dos 7 aos 16 anos, até quando revelei a minha orientação sexual pra minha família e então me mudei para o bairro partenon para morar com a minha mãe e irmão mais novo. É importante essa informação, pois a minha identidade como LGBT tem sido um tema recorrente nos meus trabalhos e hoje me considero um queer director.
WR51: Como nasceu o seu interesse em fazer cinema/audiovisual?
EA: Sempre tive um interesse por filmes e contação de história. Na minha juventude eu tive um grupo de RPG no qual eu era mestre e frequentemente eu escrevia as histórias das sagas. Jogamos por anos e são tantos enredos que escrevi, que perdi a conta faz muitos anos. Assim nasceu o meu primeiro contato com contação de histórias, o chamado storytelling.
WR51: Qual sua formação e como foi o começo da sua trajetória no audiovisual?
EA: Meu interesse por cinema se intensificou quando recebi uma bolsa de estudos pelo PROUNI para estudar Artes Visuais na ULBRA. Na época, pensei que se tratava de ensino de audiovisual, no entanto, se tratava de educação artística. Eu já trabalhava como designer gráfico para um pequena empresa, e posteriormente para o Jornal O Sul da Rede Pampa.
Nessa época comecei a dar aulas de artes em escolas para o ensino médio e fundamental. Eu sei o que você deve estar pensando, isso não tem nada a ver com cinema. Entretanto, eu acredito que o design gráfico, a arte, e o ato de ensinar foram fundamentais na minha formação. O design gráfico me permitiu desenvolver um senso estético, uso da teoria das cores, a arte da imagética, composição