O roteiro na era binge-watching com Paula Knudsen
Atualizado: 12 de abr. de 2021
A roteirista e co-criadora de "Julie e os Fantasmas" divide suas impressões sobre escrever roteiros de série para plataformas de streaming

Com a entrada dos streamings no mercado, o ritual semanal de acompanhar sua série preferida é uma ação cada vez mais rara. No lugar disso, vemos plataformas lançando temporadas inteiras no mesmo dia, fomentando a já crescente prática de binge-watching.
Afinal, você sabe o que é binge-watching? Também conhecido como marathon-viewing, binge-watching é simplesmente a prática de “maratonar” uma mesma série por horas. Essa ação, por si só, pode mudar completamente a nossa forma de absorver o conteúdo. Há uma diferença enorme entre assistir a uma trama semanalmente e “maratonar” diversos episódios de uma vez só. Além de influenciar a experiência do espectador, essa realidade deve ser considerada pelo roteirista na hora de escrever sua série.
Para entender melhor como a prática de binge-watching influencia a escrita de um roteiro, conversamos com a roteirista Paula Knudsen, que tem experiência nos dois modelos de criação - grade televisiva e plataformas de streaming. Através de experiências e conhecimentos adquiridos durante sua carreira, Knudsen fala sobre estrutura, piloto, roteiro para novas plataformas e muito mais!
Quem é Paula Knudsen?

Entre suas experiências no audiovisual, Paula Knudsen já escreveu para Netflix séries como “Samantha!” (Temporada 2) e “Spectros”. Além disso, criou, para a Amazon Prime Video, a série “Sentença”, drama de seis episódios com lançamento previsto ainda para 2021. Knudsen também é criadora do sucesso “Julie e os Fantasmas” (Nickelodeon e Band), série indicada duas vezes ao Emmy Internacional.
Em relação a formação, Paula Knudsen tem bacharelado em Jornalismo pela Universidade de São Paulo e um Master of Fine Arts in Screenwriting for Film and Television da University of Southern California através da bolsa de estudos Fullbright.
Escrevendo para streaming x grade de TV

“Quando a gente sai da ideia de grade, outras coisas se tornam possíveis. A gente pensa no tamanho ideal da nossa história, qual o tamanho ideal de temporada”, começa Knudsen, reforçando que embora as regras mudem com o streaming, há muito conteúdo televisivo que ainda segue uma lógica clássica de grade de TV. Vale lembrar que mesmo algumas plataformas de streaming apostam em lançamentos semanais para alguns dos seus conteúdos.